Amado Batista, “Cantar o Amor” (1977)

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Considerado por muitos como o primeiro disco de Amado Batista (ele já havia lançado um compacto em 1975), “Cantar o Amor”, de 1977, surpreende por ser um dos melhores, musicalmente falando, com bons timbres, como era costumeiro nos anos 70, apesar de quase não ter hits. Desde essa época Reginaldo Sodré já era parceiro de composição em quase todas as músicas.

Algo que se destaca nesse primeiro disco, bem de leve, são alguns sons com influências psicodélicas, como o efeito da guitarra em “Borboletas”, por exemplo, que é a primeira música, e tem um bom “chacundum” no baixo e bateria, solo de flauta e gaita.

“Sonho Antigo”, num ritmo animado médio, com guitarra wah-wah de fundo, fala sobre deixar a cidadezinha do interior e ir para uma cidade grande em busca do sonho de virar um cantor famoso.

“Suas Cartinhas” é mais melancólica, falando sobre traição, com boa melodia, bateria no contratempo e com o bom refrão: “pois ninguém não é bobo não, aprenda esta lição”.

“Lembrando uma Canção” tem solo com guitarra fuzz, e no refrão uma seqüencia bonita de acordes.

“Tarde Solitária” tem violão de doze cordas e solo com slide.

No refrão de “Sem a Presença dos Amigos”, o Amadão, muito esperto, diz: “vamos tornar este encontro, muito melhor que os antigos, vamos fazer nossa festa sem a presença de amigos, e amanhã começamos a pensar numa solução”.

Em “Forasteiro” ele diz que “não sou daqui, mas gostei daqui” e, poeticamente, diz  “quando estou só, dou um sol maior e espanto a solidão”.

“Cativo” tem um dos arranjos mais épicos do disco, bem legal.

“Desisto (Obrigado a Desistir)”, começa com um pianinho, depois entra bateria, baixo e moog (!!!), é uma das que mais fez sucesso, e também é a melhor do disco, baixo e bateria bem retos e solinho de guitarra meio ambient no fundo.

A mais triste do disco é “Meu Pressentimento”, composição de Hildebrando F. dos Santos, em que ele conta uma amargurada história, em que ele acordou triste, com um pressentimento, que iria receber uma carta de quem ele gostava, e logo depois que ele pensou, o carteiro apareceu e brincou dizendo “é uma carta de seu grande amor”, ficou tão feliz, mas ao abrir a carta veio a grande decepção: “bruscamente ela escreveu-me que de mim já havia esquecido, que eu pudesse também lhe esquecer, pois amava outro alguém escondido, eu fiquei tão triste no meio da frase, sem saber o motivo, ah meus olhos choraram de saudades de você”.

Amado Batista, “Cantar o Amor”, 

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